sábado, 25 de julho de 2009

Neurose

É como se eu sentisse a necessidade de estar sempre amando...
Amar aquilo que desconheço torna-se normal em minha condição de existência...
lutar contra aquilo que tem dentro de mim seria suicídio
É medo, é angustia e pavor
Sensação de que tudo esta perdido, de que nada tem volta
É como se minha vida terminasse desde quando começou
Pode ser algo premeditado
Será que nasci para vencer minha fúria?
Será que minha missão é descobrir a mesma?
Por quantos séculos pensarei em ser o que sou para tentar descobrir se realmente tenho meu eu?
Por quanto segundos chorarei meus próprios enganos?
Por quantas vidas vou viver nessa farsa?
Ser o que sou não significa ser eu mesma...
É neurose, eu sei... porém sei que é incompreensível para qualquer psicologia, até que me provem o contrario continuarei vivendo nessa busca de meu encontro e no encontro de minha própria busca...
Se eu não encontrar nenhum dos termos... deixo meu breve lamento àquelas pessoas que fui capaz de fazer feliz... porém não sei se poderei ser a mesma um dia!

Trama do Andar

Por mais zombados que sejam meus sonhos, por mais repugnantes que sejam minhas verdades, eu os arrasto por um cordão de ferro... minhas mãos já não podem caminhar e neste caso resolvo andar com meus próprios pés, e acabo fazendo aqueles estranhos movimentos, quando minhas pernas se relacionam com meus joelhos sinto que algo se move... estou caminhando e fico impressionada com a sabedoria que o ser humano possui em andar...
Magnífica trama da vida.

Designada

Fui designada a viver perante essa loucura, capaz de ferir meus olhos e sangrar meus dentes, lembro-me daquela vez em que nada parecia tão normal!
E os sorrisos sorriram, por um instante de tempo pensei que fossem ser de verdade e pelo pequeno espaço de toda uma vida e outra tive a certeza de que seriam minha cura, cogitei estar sem cura, pois que aqueles eram tão falsos.
E pela segunda vez meus dentes sangraram, denotei o quanto eu era fraca e o quanto precisava de ajuda.
Vales, montanhas – tentei ultrapassar- contudo a terra que um dia foi tão pura e fiel derrubou meus pés, as pernas permaneceram fixas quando se deitaram no chão!
Gritei como um touro berrante, porém os touros, nem mesmo os bois gritam... tive de parar com mais uma farsa. Tudo já era falso, os sorrisos, a cura, a terra, o chão e até mesmo o meu grito.
Certeza? O que é isso?

Vaidade


Essa ferida que tenho é algo extremamente vaidoso
E quem se importa com nostalgia?
Essa coisa ridícula de sentimentos mal terminados
Amores mal amados
Confiança?
Escorre pela face essa coisa estranha que chamam de lágrima
E tenho alguns papéis sobre a mesa
Nada faz sentido
Quero gritar
Quem esta olhando? Não posso falar de meus sentimentos
Eu tenho apenas um amor mal amado e uma saudade doentia
E uma verdade mal contada
Tenho também um abraço caloroso e um beijo apaixonado
Um verso não terminado e uma vida...
Quero chorar
Quem pode arrancar de mim essa dor extrema?
Não quero sentimentos mentirosos

Recite

Busco no silêncio de uma voz que é muda para decifrar a minha dor!
Transito em um momento por um espaço de tempo que me deteriora por dentro
Um sonho é muito mais do que se deve ter, porém tenho apenas o mesmo
Sou uma fugitiva desse mundinho neoliberal, sou uma prisioneira desse egoísmo, sou uma exilada de meus pensamentos...
Sou recitadora da verdade.