quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Meu Amor


Quando seu corpo encosta no meu... Nossas almas então se encontram, como se fosse a primeira e a última vez!
Sensações delirantes, calor da paixão!
Tento dizer, mas não consigo, por vezes sentia vergonha... e hoje a mais plena  liberdade de te amar, de te querer.

Já não sei fazer poesia... mas se  de nosso amor pode sair uma canção, então você me inspira!
Posso afirmar que conseguimos ser companheiros, amantes, amigos...
Agora meus humores se acalmam...
                                             
Pois quero te dizer algo quase que impossível... quero fazer mil loucuras de amor... não posso  te dissertar tudo isso..

Nem fazer um artigo de nosso amor, por que meus sentimentos escapam a qualquer regra...
E é só isso que pretendo a vida inteira ao seu lado: fugir a qualquer norma!
Quero os mesmos beijos, os mesmos olhares, as mesmas emoções, o mesmo toque...
Acho que não precisamos mudar de perfume...
Não precisamos mudar de brigas, nem de discursos...
Pode ser assim, do mesmo jeito, no mesmo tom de voz...
Eu com os cabelos soltos do jeito que você gosta, você de barba do jeito que amo...
Não importa se gordos ou magros, com ou sem rugas...
Pois é o tempo que nos deixa as marcas e a verdade...

Então se chegarmos aos 90 anos com as mesmas coisas mais idiotas, significa que soubemos juntos construir uma história que jamais foi relatada em livros...
Pois o que eu quero ao seu lado não se resume ao que conseguiremos juntos, e sim ao que sentimos juntos...
Tão somente, que não se restrinja apenas ao que sentimos, mas que se  deixe um espaço ao que podemos aprender.
E que nosso aprender não se abrevie às horas de prazer, ou ao mundinho de uma pequena casa, ou mesmo, no caminho da faculdade tentando conversar.
Que nosso aprender seja pleno em sabedoria, e que saibamos ver muito além do que está diante dos nossos olhos, para que juntos possamos conservar a humildade que nos foi entregue quando descobrimos que nos amaríamos tanto assim!
Então amor, que alcancemos juntos a magnitude de uma vida cheia de alegrias... pelo simples fato de nos completarmos.


(Ellen Caroline Pereira)

O Canto da Boêmia



Quando enfim escuto o ranger da boemia, percebo que nada aqui é tão igual,
Ela parece-me estar distante demais para os passos tão sofridos daqueles que um dia lutaram
Pensamentos se confundem diante de uma liberdade que jamais existiu
Eu só queria ouvir aquela música, pois quando as cordas do cavaquinho se confundem, parecem deslembrar o despotismo daqueles dias tão iguais àquelas grandes guerras
Quem sabe o ritmo provido daqueles versos tenha sido alento para continuar na conquista da causa
Então se gritava pela reforma agrária faltante...
A fumaça do charuto era alimento nas vivendas de debates
A poesia fugida dos escritores pareciam labaredas de provocação
O discurso do povo representava o anseio de equidade para esta humilde nação
Tão obstante, não faltou coragem...
No entanto sonhos foram dizimados...
As canções perderam a oralidade, as falas foram roubadas, o povo foi atacado...
A luta não se perdeu, mas é necessário altercar com o mercado a aderência do povo aos movimentos
Aquela boêmia, e a ousadia do povo um dia farão querela no país.


  (Ellen Caroline Pereira)

O Lugar


É nesse pequeno espaço que meu mundo se confronta
É como se arrostasse contra aquilo que nunca soube
Alguns parecem afortunados, outros nostálgicos
E é apenas aqui que se pode observar a destreza de cada qual
Em um espaço limitado, tanto quanto minha vida, é que posso cessar para cogitar minhas angustias
Pretendia nunca saber para não ser
Contudo não pude não saber
Vejo agora corações que sangram do cansaço
Abastecidos de uma vida tão medíocre
Desconsolados com a inópia de oportunidade
Essa é a minha demência
Nenhum ser vivo pensante poderia ter roubado meus insignificantes sonhos
Estou indigesta com o que meus olhos descobrem
O episódio se reproduz diariamente, não obstante, nenhum desses diais é igual...
Assim me perco na sentença, de ter todos os dias que cogitar as mesmas indagações. Estes questionamentos que me deterioram e me determinam a viver...
...Tudo isso, no ônibus das seis!

Bagunça


Que euforia, quando os sentimentos então se confundem, parece-me esparramar pelas veias a dor da agonia.
Há tempos que já não sou poeta...mas gosto de ler meus próprios pensamentos, e decifrar estas emoções tão tolas que estão em algum lugar aqui dentro.
Então procuro uma resposta que nunca existiu, para aquilo que na verdade nunca cogitei...
É confuso, de fato existem sentimentos loucos, os quais acompanham a vida, no entanto quem poderá me dizer se alguns destes é lúcido? Quem apontou a diferença entre ambos?