domingo, 22 de junho de 2014

Dilacerando-me

Dilacerado como uma pétala de rosa quando atingida por rajadas de vento
Afogado em lágrimas que não cessam e não se exteriorizam, mas derramam por dentro
Dilacerado pela má vontade de sorrir, pela dor que causa essa triste e doce saudade
Uma solidão que não se vai, e que o corta em pedaços dia após dia
É esse duplo sentimento que não se sente, que engraçado, sentimento mal sentido.
Dilacerado com a dor que perturba os sonhos, domina os pensamentos e não deixa prosseguir
Ah, se houvesse um único canto no mundo que acalmasse esse coração, seria lá que estaria, mesmo que desprendido do restante do corpo
Mas se esse não há, ficará aqui, guardado debaixo do cobertor, sobre os reflexos da luminária que acompanha a tentativa de dilacerar-me em livros para esquecer de quem fui e lembrar de quem quero ser. 

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Desvairo

me sinto tão só que nem consigo preencher o vazio que me prende
me sinto tão preenchida que nem encontro a solidão...
desapercebida sigo na vida
desatenta a vida me segue
transbordo por inteira nessa mistura de emoções
transbordo por inteira por onde caminha meu coração
de que tanto que amo me sinto tão bem
de tanto que amo me sinto tão só
desse tanto todo...
se perfaz minha confusão
a eterna crise de viver
a eterna busca do preencher
que jamais vai cessar.

(Ellen)

Dizeres

queria escrever um poema pra dizer das sensações
mas palavras não conseguem 
poemas podem ir pra além do que se tem no papel 
sorrisos? lágrimas? 
quem sabe, 
poemas podem ser apenas
sem dizer e sem ser eles são
das cartas, dos bilhetes, dos recados
sinto como se ditos agora
sinto como permanentes
vou levando sem saber
vou levando pra sentir
vou levando pra não ser
simplesmente cansei de querer me entender

Nada há mais

Quero extravasar para além do que há
Quero me recolher pra além do que há de ser
Quero sentir, pra além do que há em mim

quinta-feira, 5 de junho de 2014

A-massados

tão amassadas quanto meus sentimentos
coloquei no roupeiro
diferentes cores
diversos amores
ah, os sentimentos!
tão amassados quanto minha nostalgia
quanto meus sonhos, meu sorriso
quanto meu choro
eu guardei, no fundinho do roupeiro.
tão amassados quanto minha cara
e minha vontade.
amassados,
como a falta de clareza política,
amassados tanto quanto...
tanto quanto a burguesia
quanto a pobreza
a nobreza!
o único sentimento que permanece des-amassado é a vontade de revolucionar!
o restante desse tão fundo obscuro não vou tirar!
(Ellen)

segunda-feira, 2 de junho de 2014

O Sol

Vem por entre as frestas e preenche meu coração
Me diz por onde começar
Para onde ir
Quando nada parece igual.
Permite o canto, permite o riso, permite a lágrima!
Ah, o sol, quanto não parece ser quando apenas a lua o completa, por tamanha imensidão. 

(Ellen)

Sem título


Faz planos
Sorri
Cresce
Briga 
Revê e começa tudo de novo
Busca no outro
Ama
A gente vive no e com o outro
De repente tudo acaba
De repente tudo começa
O mais importante é se permitir
em algum momento estar no outro.

(Ellen)

ECO NO SILÊNCIO

É, o silêncio pode ser ensurdecedor.
Ou harmônico.
Ou os dois ao mesmo tempo.
E silêncio, ele pode ser?
Na maioria das vezes é, mas só exteriormente.
Pode ser ensurdecedor.
Pode ser um poema, pode ser uma flor.
Vazio ou cheio de amor!
Pode ser alegria ou dor,
mas pode ser apenas o silêncio exterior.

Nosso poema coletivo, com Bruna Luíza FreibergerTairine Gabriela Pereira,Francieli De Souza Francisco e Ellen Caroline.
parte de mim quer voar... voar!
parte de mim só sentir amar!