domingo, 30 de novembro de 2014

Des-nudez

Quando me perdi na tua transparência, senti como se fosse um abraço que me empurrava para o infinito!
Quando descobri a relação do corpo com a água, nada poderia ser mais prazeroso.
Quando me encontrei naquela conversa e me perdi no que sinto.
Da mística que não poderia o ser deixar de ser mais impressionante
das canções que senti
das palavras que consegui entender
dos gritos que dei e não ouvi.
A des-nudez com sua cara envergonhada e posterior ousadia,
me desfizeram a nostalgia para encher esses dias de alegria.  

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Dos teus olhos

Fiquei pensando no que seria mais bonito
Se teus traços, teu desenho ou a cor dos teus olhos?
Me perguntei se seria o sorriso ou a tranquilidade de tua seriedade
Não sabia o que mais me agradava: a voz ou o sotaque
Fiquei pensando: se me encantava mais o teu todo de gentileza, ou tua espontânea delicadeza.
Lembrei por fim e por primeiro do teu eu revolucionário
Ao pensar na tua totalidade fiquei buscando compreender o que fizestes para conseguir me inspirar a tal ponto de querer escrever desenfreadamente sem saber ao certo o que.


Ah, eu sei que passa, mas enquanto isso não acontece quero ficar sentindo o bem e o aperto que me causa você. 

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Colorindo

Do todo que me cabe
Sei do pouco que me resta
Sigo perambulando
Em desenhos caricatos enxergo a bonita gente

Saio por aí para tentar colorir algum pedaço do mundo
A tinta acabou, e tudo recomeça.
Deixo algumas gotas que pingam pelo caminho
Não sei se é para voltar, o importante é continuar a pintar.

Não tem desenho, são apenas:
Traços de amor
Traços de dor
Riscos de saudades
Riscos de alegrias
Pedaços de sonhos
Pedaços de nostalgias

Não pinto mais meu coração,
Ele já vermelho.
Não pinto mais meus sonhos,
Eles já tem riscos próprios.
Deixei de ser pedaços,
Chega de fragmentos.

Vou com meu novo balde,
Agora ele está maior
Mais colorido, mais intenso.
Vou com meu novo pincel
Mais convicto e marcante.


Vou assim, sem saber ao certo onde, mais colorindo para construção desse desenho que é o horizonte. 

(Ellen Caroline)

Dos encantos de São Paulo

Dos encantos de São Paulo descobri que:

Podemos encontrar pessoas fascinantes no meio da grande selva de pedras.

Que mesmo grande, o mundo pode se tornar pequeno, claro, menos para nossos sonhos.

Que mesmo com a tensão política podemos nos sentir leves quando há quem nos faça sentir assim.

Que o menor samba da Vila Madalena pode ser o maior samba do coração.

Que há quem nos surpreenda pelo simples fato de ser como é. 

E que por tudo isso, é sempre bom compartilhar um pouco mais de nós, e também recebermos um pouco mais do outro,

Ainda mais quando se completa essa troca com um abraço forte abraço.

(Ellen Caroline)


domingo, 9 de novembro de 2014

Noite vazia [de número dois]


São sempre vazias,
Mas pela segunda vez a proposição de descrever
Para falar desse todo que cabe
Do espaço que falta
E do vazio que se transforma.
Cabe dentro do amor
Da orquestra
Vazio de forma responsável e sutil
Vazio de enlouquecer e fazer doer
Vazio de não saber preencher.
Até quando o grito sufoca
Até quando o discurso acaba
Até onde se pode dizer.
O vazio do outro
O cheio da noite
O vazio do som
O cheio do ar
O vazio da solidão
O cheio da paixão.

Até quando se pensa que se pode ser o que se pretende a partir de uma individualidade que por vezes parece necessária?
A descoberta dos vazios das noites é de que nada somos sem o calor de tudo aquilo que evitamos.


(Ellen Caroline)