sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Minha dor


Minhas lágrimas secaram, pudera eu encontrar mais algum liquido em meu corpo que me fizesse sangrar os olhos novamente...
Foram tantas as vezes que eu pensei ser fácil superar a mim mesma, foram tantos os dias que decidi mudar...
E hoje eu aqui trancada com minha própria tristeza, afogada em mágoas inúteis, detonada na saudade que só me traz boas lembranças, detonada nas lembranças que me fazem ter esse sentimento chamado saudade.
Eu fui tão cruel e fria comigo mesma, jamais me permiti ser eu de verdade...
Tantas foram as vezes que sorri e no final de cada gargalhada gostosa e escancarada que dava... sentia uma enorme vontade de derramar lágrimas....
Tantas foram as vezes que tentei me convencer de que os momentos voltam e com eles trazem a alegria que perdi naquele instante ...
Muitos foram os momentos que desejei para sempre, poucos são aqueles que esqueci... e realmente nada é certo, nada é errado, tudo é tudo e o nada pode ser simplesmente nada...
A minha pior batalha é lutar contra aquilo que esta dentro de mim, minha maior decepção é não saber ser.... Meu maior medo é de nunca vencer... minha maior fúria é ser inútil, meu grande erro é descobrir o que sinto e mesmo assim não saber o que desejo...
Vem e diz para mim...
Vem e me abraça...
Tenta por um instante sentir minha dor e me diga palavras que mude, que supere, que designe algo de bom...
Tenta por um instante ser eu..
E saiba que a dor é conseqüência de sua insegurança, que a magoa você deve de guardar das palavras e não de quem as disse... que o amor você deve de ter pela alma e não pelo corpo que depois envelhece... sendo eu descubra que não existe nada nem ninguém que irá substituir aquela pessoa que você ama, nada vai ser o amor que você deixou de ter, nada vai tapar o buraco na alma de quem não disse, de quem não é.... nada é capaz de tornar possível a utopia que se é pouco desejada... o nada é simplesmente o nada, porém pode virar simples conseqüência de seus atos e dessa forma você acaba se tornando um nada, um nada que não foi capaz de sorrir e experimentar aventuras, um nada que desconheceu o amor, aquele merda que não curtiu... que não construiu sonhos, que não foi capaz de pedir perdão... aquele nada, que nada viveu
Por isso prefiro viver na dor do que sou por ter feito, sido e tentado e além de todas as perdas continuar sendo, do que viver na dor de não ter feito, de não ter arriscado, para quando meu corpo virar carcaça eu descobrir que minha alma é vazia...
Vivo dessa forma na dor do que fui e não na dor do que podia ter sido.