domingo, 19 de abril de 2015

Sensibilidade

Se perderes de vista a causa que te faz cotidianamente caminhar
Se te perceberes apático às coisas do mundo
E se te defrontares com a falta da lágrima ou do sorriso
Perceba: algo aconteceu contigo!

Se te deparares conformado com a injustiça
Se te sentires confortável com a desigualdade
E se te reconheceres do outro lado
Perceba: algo fizeram contigo!

Se apenas a individualidade te causa ânimo
Se não consegues se reconhecer no outro
E se algum dia estivesses deste lado
Resgate tua sensibilidade.

o não-poema


Pela ousadia de não mais deixar-me te decifrar no papel
Por abandonar minha nostalgia e sair perdido em versos que não resgato
Pego o apanhador de sonhos para ver se te recupero
Mas não queres!
Assim tu te vai
Segue mesmo sem ter nascido
Desenha na frustração de uma noite chuvosa
Te recrias, quem sabe até te encontras
Eu tampouco sei, pois não pude te conceber
Segues perambulando, te perdes entre uma letra e outra
Uma sintonia te bastaria
Mas já não posso te oferecer
Assim se vai o meu poema, que não criei
Mas o que são os poemas senão a ousadia de ser?!

(Ellen)