Quem sou...?
...tão igual ao que todo mundo é, e tão diferente daquilo que eu gostaria de ser mas que porém nunca fui...
... uma perdida, um grão de areia arrastado por aquilo que é mais forte que eu...
... uma sem esforços para amar aquilo que lhe faz bem.
Uma amante a espera de um grande amor, uma ausente aguardando a própria presença não vista por si própria.
Hoje sou tão diferente do que serei ou do que fui, porque nada fui e nada serei diante do pouco que sou.
As vezes me flagro a pensar em um plano para meu futuro, e ao mesmo tempo me revolto por saber que sei que o futuro é o segundo que se passa agora e que acabou de se tornar passado, e tento lutar contra o tempo para tentar reverter esta situação que me oprime, me faz sentir que cada minuto é o último que poderei suspirar, que poderei chorar, que poderei amar e descobrir lá no meu eu quem sou eu, então não tenho meu eu e acabo por descobrir que eu não sou nada...
...além de uma criatura que é capaz de sofrer por aquilo que um dia amou e no futuro tão próximo continua amando tudo que nesse instante ama.
E acabo por descobrir que felizmente não consigo distinguir o sonho da realidade, alegro-me por saber desta postura que tomo diante de minha vida, de fazer tão real aquilo que é tão distante, ou de fazer tão distante aquilo que é tão real.
E descubro que eu não sou nada além de uma sonhadora que usa os contos de fada como consolo para aquilo que nunca vou viver.
... e entendo que não sou nada sem aqueles que amo...
... e que sinto saudades daquilo que ainda não vivi, mas que porém me faz muita falta...
... e que amo até mesmo o que não quero amar por necessidade de estar sempre amando, e que ainda vivo presa a todos os momentos do passado que me fizeram bem e que por pura crueldade do destino não consigo esquecer... e acabo me decepcionando quando lembro que nem sequer um minuto feliz volta .
E acabo descobrindo que não sei quem sou, mas sei o que sonho, o que quero e o que amo, e sei daquilo que não posso viver sem.
(Ellen Caroline Pereira)