domingo, 23 de setembro de 2012

lembranças

ah, eu devo querer alcançar um infinito que não existe
e quero fazer uma poesia nada perfeita...
queria voar na água e nadar no céu.. 
nesse lindo dia de sol... lembro-me da recente infância... do café com sal...
do casaco rosa... da varanda com a vista para paisagem mais extraordinária que conheci, aquela que pude brincar quando criança!

Lembro do desenho dos morros, do carrinho de rolimão... das folhas secas..
da casinha na árvore que sempre sonhei..
da salada de frutas apenas com goiaba e açucar...
da lagoa e dos peixes imaginários..

Com o tempo alguém disse-me que não poderia mais brincar na patrola do Tonhão, nos fins de tarde, como sempre fazíamos para nos esconder..
Depois de certos dias e agarrada a uma idade parei de banhar-me nas cachoeiras que surgiam das chuvas...

Alguém resolveu cortar as árvores de goiaba e secar a lagoa...
os morros já não tinham o verde de antes...
e a humanidade construiu sobre minha infância feios cinzas de concreto!


(Ellen Caroline)

Nenhum comentário: