sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Trabalhadora

Trabalhadora é assim,

Passa desapercebida
[...] Nas ruas [...]
Carrega nas várias sacolas
As dores de uma vida

Em uma delas a nostalgia dos abandonos
Noutra, as lembranças da infância sofrida
A mais pesada, a do machismo que a persegue
em todas as esquinas
No carrinho de mão a exploração,
juntado a toda a opressão

Trabalhadora é assim,

Com as sacolas cheias continua a caminhar
Passos firmes,
Olhos erguidos
Braços falidos
Abraços ainda aquecidos

Trabalhadora é assim,

Com as sacolas cheias continua a caminhar
Dentre elas algum sonho perdido,
Ao chegar em casa fica no fundo a procurar
Talvez de algum filho se formar
Ver o neto aniversariar
no fevereiro que vai brotar

Trabalhadora é assim,

Escuta as mesmas palavras de ordem
Trabalhe!! Trabalhe!
Mas não apenas na fábrica
Em casa, ao chegar, mais uma vez:
Trabalhe, trabalhe!
O Filho chora, o neto chame, o marido abusa

Trabalhadora é assim,

Ah, as trabalhadoras
A trabalhadora mulher mãe,
A minha mãe mulher trabalhadora.

Trabalhadora é assim,

Não luto pelo fim do machismo só na minha vida,
Luto pelo fim do machismo na vida de todas as trabalhadoras, mulheres, mães.

Não luto pelo fim da sociedade de classe pelo simples fim da minha exploração,
Luto pelo fim da sociedade de classe por toda classe, com toda classe, sendo classe.

Luto pelo fim dessa mão dupla de opressão e exploração,
Luto para que as trabalhadoras carreguem em suas sacolas
muitos sonhos
Luto sim, por uma sociedade sem exploração.

Dedico a ti minha mãe, e todas as Joceli(s), representando todas as trabalhadoras e trabalhadores do mundo que ão de se unir para essa sociedade mudar!

(Ellen Caroline)

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