domingo, 9 de novembro de 2014

Noite vazia [de número dois]


São sempre vazias,
Mas pela segunda vez a proposição de descrever
Para falar desse todo que cabe
Do espaço que falta
E do vazio que se transforma.
Cabe dentro do amor
Da orquestra
Vazio de forma responsável e sutil
Vazio de enlouquecer e fazer doer
Vazio de não saber preencher.
Até quando o grito sufoca
Até quando o discurso acaba
Até onde se pode dizer.
O vazio do outro
O cheio da noite
O vazio do som
O cheio do ar
O vazio da solidão
O cheio da paixão.

Até quando se pensa que se pode ser o que se pretende a partir de uma individualidade que por vezes parece necessária?
A descoberta dos vazios das noites é de que nada somos sem o calor de tudo aquilo que evitamos.


(Ellen Caroline)

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