quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Lambuzar de vermelho


Essa relação da subjetividade,
E a maldade da individualidade (.)
Lambuzada a boca de desejos e prazer(ex),
De fazeres e dizeres (.)

Tampadas as pernas pelo tom vermelho,
E quanta(s) gente com as pernas destampadas?
Perdeu-se na intelectualidade a verdade sedimentada,
Ou a sede inventada, da intelectualidade formada?
Mais uma vez se lambuza no abuso do não feito,
Ou será o pensamento vacilante um efeito?
A besteira do entreter das palavras que nada parecem dizer,
Mais confortável entreter do que, de fato, dizer.
Registros:
De gentes que hoje latejam a parede do estômago (não têm o que comer)
De gentes que veem gentes morrer (nos morros, por negro ser)
Das gentes meninas, raparigas, sapecas (mulher é um “pecado” gemer)
Das gentes que trabalham (as máquinas engolem, como socorrer?)
Das gentes que choram (o riso foi tragado não se sabe pra onde correr).
Lambuzar-se, uma vez mais!
Lambuzar-se da vontade para além da subjetividade
Lambuzar-se, não por vaidade,
Lambuzar-se de vermelho
(pra transformar a realidade).

(Ellen Caroline)

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